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Publicado em: 24/06/2022
Comprovante de vacina: Dr. Luizinho propõe exigência para entrar no País

Varíola dos Macacos: Melhor prevenir do que remediar

Dr Luizinho

Esta semana a secretaria de estado de Saúde detectou mais um caso da Varíola dos Macacos no Rio de Janeiro, o segundo confirmado, sendo um na capital e outro em Maricá. Das 17 notificações sobre possíveis contaminados até agora no Rio, dez acabaram descartadas e cinco continuam sob investigação. Ao todo, foram 14 casos no Brasil, segundo Ministério da Saúde. .

No mundo todo porém, segundo a plataforma de coleta de dados da Universidade de Oxford, há 2.667 casos registrados (dados do dia 20/6). Por isso, a OMS convocou na terça-feira reunião de emergência para definir se Varíola dos Macacos é motivo de alerta internacional. “Estaríamos diante de mais uma epidemia?”, é a pergunta que muitos se fazem, quando ainda nem sequer nos livramos da pandemia do novo coronavírus.

Por ora, a OMS disse que não se trata nem de epidemia, muito menos pandemia. Entretanto, é fundamental conter o surto antes que ele saia de controle. Por isso, na condição de presidente da Comissão Externa de Acompanhamento do Coronavírus da Câmara, enviei quererimento ao Ministério da Saúde defendendo o controle de temperatura nos aeroportos, sobretudo de vôos vindos de países em que os casos são mais numerosos, como da Espanha, que já registrou mais 600 pacientes com a doença. Fiz pedido semelhante ao então ministro Luiz Henrique Mandetta no Carnaval de 2020, sem ser atendido. Espero que a história não se repita.

Diferentemente da Covid-19, a varíola dos macacos não é de fácil transmissão. O vírus é transmitido por meio de contato direto com animais ou humanos infectados ou com roupas e objetos de infectados, por meio da mordida de animais que carregam o vírus ou o consumo destes, além de gotículas respiratorias e via sexual.

Descoberto em 1958, o vírus da Varíola dos Macacos – que provoca bolhas doloridas semelhantes à catapora – é endêmico na África. Por isso, causou estranheza quando, a partir de maio deste ano, dezenas de casos foram detectados em diferentes partes do mundo, ao mesmo tempo.

O período de incubação do vírus varia. Pode ir de sete a 21 dias, os sintomas costumam aparecer após dez a quatro dias e se vão após duas a quatro semanas. Apenas 6% dos casos é fatal – geralmente quando atinge crianças pequenas. Além das erupções cutâneas, a varíola dos macacos causa dores na cabeça, costas e muscular, febre, calafrios, cansaço e inchaço dos ganglios.

Não há um tratamento específico e nenhuma vacina contra esse vírus. Especialistas dizem, porém, que a vacina contra a varíola também protege contra a variante dos macacos e droga antivirais também estão sendo desenvolvidas. O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças recomendou que todos os casos suspeitos sejam isolados e que os contatos de alto risco recebam uma vacina contra a varíola.

Que a experiência com a COVID tenha nos ensinado alguma coisa. Não, não estamos diante de uma emergência mundial, mas, gatos escaldados que somos, sabemos que não podemos vacilar. O controle da temperatura de passageiros que chegam de países onde os casos são consideráveis é uma medida de saúde pública necessária. É sempre melhor prevenir do que remediar.

*Dr Luizinho é médico e deputado federal pelo Progressistas RJ

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