*Ciro Nogueira
Senador, presidente do Progressistas
Recentemente, fiz postagem sobre o presidente Lula chamando-o de “Biden da Silva”. Referi-me especificamente à declaração do presidente de chamar o Brasil de “Faixa de Gaza” e disse que, ao falar assim, ele está perdendo o contato com a realidade e, como o “outro” Biden, o Brasil se espanta e não o reconhece mais.
Figuras do PT tentaram dar a essa declaração tudo o que ela não possui: ares de etarismo, preconceito contra a idade presidencial.
O paralelo com Biden é de duas naturezas. A primeira é que, como o presidente americano – aquele questionado por seus próprios aliados por problemas cognitivos – não é de hoje que o presidente Lula vem produzindo frases desastrosas e prejudiciais ao país. A imprensa, com o cuidado que nunca teve com o presidente Bolsonaro, chama esses excessos de “controvérsias”.
No caso específico de comparar Brasil à Faixa de Gaza, é absolutamente inaceitável que nosso representante máximo diga ao mundo que o Brasil é igual a Gaza. Imagine um executivo global prestes a tomar uma decisão de investimento no país ouvir de ninguém menos que o presidente do Brasil que aqui é igual a Gaza?
Alguma indústria se instala em Gaza? Alguma rede de varejo vai abrir 1.000 lojas lá? Alguma grande multinacional decide hoje alocar uma fábrica ou uma cadeia de serviços em Gaza? Claro que não. A situação naquela região do planeta é dramática. Justamente por isso não pode ser comparada ao Brasil, sobretudo pelo presidente da República em pessoa.
O agronegócio brasileiro, presidente Lula, não é a Faixa de Gaza. São Paulo não é a Faixa de Gaza. O meu amado Piauí não é a Faixa de Gaza. Temos problemas no Brasil, sim. Mas daí a tropeçar em conceitos e perder a noção sobre o que dizer: isso é Biden.
Se no caso do presidente americano pode se alegar, com compaixão, que se trata de um político que já se exauriu, no caso do presidente brasileiro é ainda mais grave: sem problemas de cognição, as falas do presidente Lula exalam o descontrole, a falta de limites, a total ausência de filtros.
Já chamou bebês de vítimas de estupro de “monstros”, de “cretinos” os que o culparam por suas falas incendiárias que provocaram a alta do dólar, disse que as pessoas com transtornos mentais “têm problema de parafuso”, comparou a própria guerra na Faixa de Gaza ao “Holocausto” e há mais de 100 – 100! – (maus) exemplos do gênero.
Então, se Biden fala porque está doente, Lula falando o que fala é ainda pior. Mas esse não é o único ponto que nos faz, infelizmente, termos um Biden da Silva. Joe Biden é o exemplo literalmente acabado do político veterano que se perpetuou além do ponto e não permitiu a renovação do partido democrata.
O próprio partido, hoje, discute a armadilha montada pelo presidente, que deveria ter aberto espaço para que novos quadros pudessem estar disputando a sucessão nos Estados Unidos, com maiores chances de sucesso.
O que o caso Biden mostra é o mesmo que acontece com Lula e a esquerda: de tanto insistir em se perpetuar, não há renovação de quadros no PT capazes de ocupar hoje o lugar de Lula, de uma forma competitiva.
E é nesses dois sentidos – o de uma retórica fora da realidade e da racionalidade e do engessamento político que impõe ao seu campo ideológico – que fiz e faço a analogia entre Lula e Biden. Não trato de etarismos. Sempre fui e sou respeitoso. Discuto política.
E falo com tranquilidade porque nós, no campo da direita, não temos esse problema. Graças ao presidente Bolsonaro, o nosso Trump, temos além dele uma dezena de nomes aptos e com estatura para disputar a presidência em 2026.
Na direita brasileira, temos nosso Trump, mas temos um time de nomes aos quais ele abriu espaço político para se projetarem e para que o Brasil não caia na armadilha dos Estados Unidos. O nosso Trump é melhor que o deles, que o Biden deles e que o nosso.
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